Teses que não podem faltar no seu recurso do CNU

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Se você está aguardando o resultado preliminar da prova discursiva do Concurso Nacional Unificado (CNU), é essencial preparar-se para a fase de recurso. A banca examinadora muitas vezes comete erros de correção ou interpretações restritivas, o que pode afetar sua nota final. Por isso, é fundamental conhecer as teses que podem ser utilizadas para fundamentar seu recurso e garantir uma reavaliação justa.

1. Interpretação Alternativa do Enunciado

Uma das teses mais comuns em recursos de provas discursivas envolve a interpretação do enunciado. Muitas vezes, o enunciado da questão permite múltiplas abordagens válidas, e a banca pode adotar um padrão de correção que ignora essas diferentes possibilidades. Se você respondeu a questão com uma interpretação coerente, mesmo que distinta da esperada pela banca, tem a oportunidade de argumentar que a sua linha de raciocínio também está correta.

É importante deixar claro que sua resposta não foi um “erro”, mas sim uma interpretação alternativa, baseada em doutrina, jurisprudência ou no próprio texto da legislação. Você pode sustentar que sua abordagem respeitou o contexto da questão e os parâmetros legais ou teóricos, sendo igualmente válida. Para fortalecer seu recurso, cite doutrinas ou casos jurisprudenciais que amparem seu raciocínio, demonstrando que sua interpretação é compatível com a realidade jurídica.

2. Divergências Doutrinárias e Jurisprudenciais

No âmbito jurídico, é comum encontrar divergências doutrinárias e jurisprudenciais sobre determinados temas. Se você respondeu a questão utilizando uma corrente doutrinária ou jurisprudência que diverge da resposta padrão adotada pela banca, essa tese pode ser fundamental. Argumente que o direito brasileiro reconhece a pluralidade de entendimentos e que sua resposta segue uma linha aceita no meio jurídico.

Além disso, mencione que o exame da banca deve ser técnico e neutro, levando em consideração todas as correntes relevantes, sem se ater a um único entendimento. Isso é especialmente válido em questões que envolvem áreas do direito em constante evolução, como o direito constitucional ou o direito empresarial. Dessa forma, você defende que a banca não pode desconsiderar sua resposta simplesmente porque ela diverge do padrão, desde que seja bem fundamentada.

3. Soluções Alternativas em Casos Práticos

Quando a prova discursiva envolve a resolução de casos práticos, é possível que haja mais de uma solução juridicamente viável. Se sua abordagem para a resolução do caso foi diferente daquela esperada pela banca, é possível argumentar que o seu método, embora alternativo, está igualmente correto. O direito oferece diversas formas de interpretar e aplicar a lei, e você pode demonstrar que sua solução foi baseada em precedentes, princípios legais e doutrina adequada.

Por exemplo, em um caso de recuperação judicial ou execução de título extrajudicial, o candidato pode utilizar diferentes argumentos legais para resolver o problema. Ao elaborar seu recurso, mostre que sua abordagem atendeu aos requisitos legais, sendo uma resposta fundamentada e coerente. Isso reforça o argumento de que a banca deve levar em consideração a capacidade analítica e o raciocínio jurídico do candidato, e não apenas seguir um padrão fixo de respostas.

4. Omissão de Pontos Marginais

Outra situação comum é a penalização severa por omissão de detalhes que, embora mencionados no espelho de correção, não são cruciais para a resolução da questão. Nesses casos, o candidato pode argumentar que a omissão de certos pontos não comprometeu o raciocínio principal ou a adequação da sua resposta. Pequenas omissões, especialmente em provas que exigem gerenciamento de tempo, não devem ser penalizadas de forma desproporcional.

Por exemplo, se você deixou de mencionar um artigo de lei ou um princípio secundário, mas desenvolveu corretamente os pontos centrais da questão, argumente que a banca não deve dar ênfase excessiva a esses detalhes. O foco da avaliação deve ser na solidez do raciocínio e na clareza do desenvolvimento do tema, sem sobrecarregar o candidato com a exigência de uma resposta absolutamente completa em todos os aspectos possíveis.

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5. Crase em Casos Facultativos

Na parte da correção da língua portuguesa, erros relacionados à crase são frequentes. No entanto, existem situações em que o uso da crase é facultativo, como no caso da palavra “até”. Se você foi penalizado por utilizar ou não utilizar crase em um desses contextos, pode argumentar que a norma culta permite ambas as opções e que, portanto, a penalização foi indevida.

É importante ressaltar que a flexibilidade gramatical em casos como esse é amplamente reconhecida pelas gramáticas normativas da língua portuguesa. Você pode citar regras específicas que mencionam o uso facultativo da crase, reforçando que a escolha de um ou outro uso não afeta a clareza ou a correção do texto. Este argumento técnico pode ser decisivo para reverter uma perda de pontos indevida.

6. Variação Linguística

A diversidade linguística é uma característica marcante do Brasil, e a banca deve estar ciente disso ao avaliar as redações dos candidatos. Se você foi penalizado por uma escolha linguística que está dentro da norma culta, mas que reflete uma variação regional, pode argumentar que essa variação não comprometeu a qualidade do texto.

Por exemplo, o uso de formas verbais ou expressões típicas de certas regiões, desde que gramaticalmente corretas, não deve ser motivo para a perda de pontos. Além disso, a norma culta admite diversas construções sintáticas e vocabulário, e o candidato pode usar esse argumento para demonstrar que seu uso da língua estava em conformidade com as normas do idioma, ainda que diferente do padrão esperado pela banca.

7. Penalizações Exageradas por Pequenos Erros

Erros de menor impacto, como uma vírgula fora de lugar ou a ausência de um acento, muitas vezes resultam em penalizações desproporcionais. Se esse foi o seu caso, você pode argumentar que a banca foi excessivamente rigorosa ao atribuir grande peso a erros mínimos que não comprometeram o entendimento do texto.

Nesse ponto, o candidato pode sustentar que a avaliação deve ser feita considerando a clareza e a coesão do texto como um todo, e não com base em pequenos detalhes que, por si só, não interferem na compreensão da mensagem. Este é um argumento válido, principalmente em provas realizadas sob pressão de tempo, em que pequenos deslizes são comuns.

8. Uso Adequado de Conectivos

O uso de conectivos é essencial para garantir a coesão textual, mas muitas vezes a banca penaliza o candidato por falta ou excesso desses elementos. Se você foi penalizado por essa razão, pode argumentar que o uso dos conectivos foi suficiente para garantir a clareza e a coesão da sua argumentação. Defenda que a quantidade de conectivos deve ser avaliada de acordo com a necessidade do texto, e que não há uma fórmula exata a ser seguida.

Um texto bem estruturado pode usar uma variedade de conectivos de forma equilibrada, e o excesso ou a ausência de alguns elementos não deve ser penalizado se a clareza do raciocínio foi mantida. Além disso, o candidato pode argumentar que a escolha dos conectivos depende do estilo pessoal de escrita, e que variações nesse uso são aceitáveis dentro da norma culta.

09. Coerência entre Conhecimentos Jurídicos e Linguagem

Se a sua penalização ocorreu pelo uso de termos técnicos ou jurídicos que a banca interpretou como incorretos, uma boa defesa é argumentar que o vocabulário técnico utilizado foi adequado ao contexto da prova. Muitas vezes, a banca de correção de língua portuguesa não está familiarizada com os termos específicos da área jurídica, o que pode resultar em equívocos na correção.

O candidato pode sustentar que o uso de terminologia técnica faz parte da redação jurídica e que as palavras ou expressões utilizadas estão dentro do padrão formal exigido. Argumente que sua escolha lexical foi pertinente ao tema da questão e que a banca de língua portuguesa deve considerar o contexto jurídico ao avaliar o vocabulário.

Ao preparar o recurso para a prova discursiva do Concurso Nacional Unificado, é essencial que o candidato apresente uma argumentação robusta e bem fundamentada. As teses mencionadas acima oferecem uma base sólida para questionar a correção da banca, tanto em relação aos conhecimentos específicos quanto ao uso da língua portuguesa. Lembre-se de revisar cuidadosamente o espelho de correção e construir seu recurso com argumentos técnicos, embasados nas normas jurídicas e gramaticais.

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